domingo, 20 de janeiro de 2008

Taça de Portugal: F.C. Porto-D. Aves, 2-0 (crónica)

Aprovados. Mas sem distinção. A turma dos menos utilizados foi chamada a exame e cumpriu os requisitos mínimos. Na vitória por 2-0 e passagem aos oitavos-de-final da Taça de Portugal, o F.C. Porto teve alunos que mostraram evolução, outros que deixaram no ar boas indicações para futuras provas e somente dois a merecer negativa e forte repreensão.

Vamos, então, por partes. Tal como se previra, Jesualdo Ferreira apostou num conjunto pouco rodado. Dos titulares com o Sp. Braga, na última jornada da Liga Bwin, apenas Lucho e Adriano. Os restantes tinham esta tarde/noite, diante do secundário Desportivo das Aves, um dos principais desafios na presente época.

Naturalmente, não se poderia exigir uma actuação brilhante a um naipe de atletas que procuram a confiança do técnico e dos adeptos. Por isso, a actuação esforçada e segura, com pontuais momentos de qualidade, acaba por ser um retrato agradável num quadro cuja moldura estava longe de ser a ideal.

Oh capitão, meu capitão!

As pernas tremiam. Afinal, ainda eram mais de 20 mil as testemunhas. A bola «queimava», a criatividade tolhia e o Aves agradecia. Foram 15 minutos complicados para a classe azul e branca em análise.

Sob o olhar exigente do professor Jesualdo, alguns demoravam a concentrar-se. Apoiavam-se nos passes curtos e lentos, disfarçando a sofreguidão contida de alcançarem algo importante.

Mas as coisas compunham-se. Afinal, a seu lado estava Lucho, um dos líderes da escola do Dragão. O capitão começava a transpirar qualidade, mas faltava qualquer coisa. Um golo, por exemplo. E os assobios não ajudavam nada.

Por isso, aquele desvio de cabeça de Ernesto Farías (nota bastante alta) veio mesmo a calhar. Trinta minutos, 1-0 no marcador e algum sossego. Pelo menos para alguns.

Farías em alta, Kaz e Adriano reprovados

Sem mecanismos bem oleados e sem uma estrutura devidamente sustentada, o F.C. Porto vivia da nobreza comportamental dos seus atletas. Farias fazia bem o seu papel, Mariano Gonzalez impunha interessantes mudanças de velocidade, Fucile mostrava coragem e arrojo. Foram para eles as classificações mais altas.

Em sentido oposto, registe-se o jogo extremamente negativo de Kazmierczak e Adriano. O polaco poderá ter sentenciado a sua ausência nas próximas convocatórias. O brasileiro deve ter visto Farías ultrapassá-lo na luta pela ocupação da vaga de Tarik no onze inicial.

Aos 51 minutos, quando tinha tudo para marcar, Kaz atrapalhou-se, escorregou e viu Jesualdo sucumbir à falta de paciência. Pouco depois, Quaresma substituiu-o. Sem surpresa. Adriano aguentou mais um pouco até dar lugar a Lisandro Lopez.

Quaresma marca e dá o toque de saída

O segundo golo não aparecia. A turma impacientava-se e olhava para o relógio. Sempre com segurança na retaguarda (Lino foi o menos bom dos defesas, mas melhorou na segunda metade), a equipa não passava por grandes sobressaltos. Mas a diferença no marcador era mínima e as surpresas aparecem quando menos se espera. É por isso que são surpreendentes.

Bolatti dava algum conforto à circulação de bola, Lisandro e Quaresma traziam alegria ao jogo. E seria este último a dar o toque de saída, ao fazer o 2-0 já em períodos de compensação. Numa jogada de 3 para 2, o extremo aproveitou um ressalto e bateu Rafael.

Fonte:Mais Futebol

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