terça-feira, 18 de dezembro de 2007

História

História
Fundado a 28 de Setembro de 1893, o Futebol Clube do Porto é um dos mais antigos clubes de futebol em Portugal.Tudo começou quando António Nicolau de Almeida, um «sportsman» negociante de vinho do Porto, viaja até Inglaterra em missão de negócios e rende-se ao fascínio de um jogo chamado «foot ball». Durante a viagem de regresso fervilham as ideias para a criação de um clube na sua cidade onde pudesse praticar esse desporto, na bagagem traz alguns acessórios indispensáveis à prática da modalidade: bolas de futebol e botas de jogo.Com a ajuda de alguns amigos das "corridas de bicicleta", consegue finalmente criar o clube com que sonhara, o «Foot Ball Club do Porto».A notícia saiu no «Diário Ilustrado», jornal de Lisboa:«Fundou-se, no Porto, um clube denominado Foot Ball Clube do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do país de uma associação para os jogadores daquela especialidade. No segundo domingo de Outubro inaugura-se o clube oficialmente, com um grande match entre os seus sócios, no hipódromo de Matosinhos. Ouvimos dizer que serão convidados alguns clubmen de Lisboa. Que o Foot Ball Club do Porto apure um grupo rijo de jogadores e que venha medir-se ao campo com os jogadores do Club Lisbonense, do Real Ginásio Club, do grupo de Carcavellos ou de Braço de Prata, para animar os desafios de football como já o são as corridas de cicles. Eis o que desejamos.»Alguns anos depois e devido a problemas com a sua esposa, António Nicolau de Almeida é forçado a suspender a actividade do clube por tempo indeterminado.

Monteiro da Costa e o «Grupo do Destino»

Em 1906, um grupo de jovens liberais conhecidos como «Grupo do Destino» e fascinados com as histórias do «Foot Ball Club do Porto», decidem dar continuidade ao projecto de António Nicolau de Almeida. O grupo era liderado por José Monteiro da Costa.
Com o dinheiro que tinham recolhido para um carro alegórico por altura do carnaval, o grupo começa a dar os primeiros passos: arranjar um campo para jogar (que seria o Campo da Raínha, o primeiro campo relvado do país) e a primeira sede, que viria a ser inaugurada em 1907.

O primeiro equipamento do clube foi alvo de discussão. Uns queriam azul e vermelho por serem as cores do Arsenal de Inglaterra, então a melhor equipa do mundo, mas a maioria não aceitou. É então que José Monteiro da Costa surge com a sua proposta: as cores do clube serão as cores da bandeira da pátria, azul e branco. Nas suas palavras, «tinha esperança de que o futuro clube havia de ser grande, não se limitando a defender o bom nome da cidade, mas também o de Portugal em pugnas desportivas contra estrangeiros».

Em 1910 é criado o primeiro emblema do clube (bola de futebol com as iniciais F.C.P.).

Participando em campeonatos regionais, cedo o F. C. Porto começou a liderar o futebol na região. Em 1913 o clube passa a ter as suas primeiras instalações desportivas, no Campo da Constituição.

Com o início do «Campeonato de Portugal», que viria a ser substituido pela Taça de Portugal, o F. C. Porto começou a ganhar os primeiros títulos nacionais, vencendo a competição por quatro vezes em 22/23, 24/25, 31/32 e 36/37. Pelo meio, em 1935, venceria o Campeonato da 1ª Liga.

Os anos de 1938/39 e 1939/40 dariam o primeiro «bi-campeonato» ao clube, mas os tempos difíceis estavam perto...

Estado Novo e os Anos Difíceis

Em 1945 o clube passa a utilizar o Campo do Lima, propriedade do Académico do Porto, pagando uma mensalidade. Sonhava-se com um estádio próprio, que iria tornar-se realidade alguns anos mais tarde.
Dos anos 40 até à revolução de Abril, durante mais de três décadas, o clube viveu momentos difíceis a nível desportivo, vencendo apenas dois Campeonatos (55/56 e 58/59) e três Taças de Portugal (55/56, 57/58 e 67/68).

O «Estado Novo» estava no seu auge e a política de centralização adoptada dava os seus frutos aos clubes da capital que dominavam o futebol nacional.
Em Fevereiro de 1959, na parte final do campeonato ocorreram episódios que retratam bem como funcionavam as coisas na altura:

Em dia de muita chuva, foi o Benfica ao Restelo (campo do Belenenses) com três pontos de vantagem sobre o Belenenses. A certa altura, na marcação de um canto, Costa Pereira fez-se à bola entre um companheiro e um adversário, mas deixou-a escapar das mãos para dentro da baliza. O árbitro não considerou o golo, mandando marcar pontapé de baliza. Os benfiquistas ficaram surpreendidos e os belenenses inconformados com a decisão de Macedo Pires. Por isso, Fernando Vaz, treinador dos «azuis», considerou que dois erros do árbitro tinham decidido o campeão. Mas, se o árbitro dizia ter visto a bola sair pela linha de cabeceira, reentrar em campo e cair depois da estranha viagem dentro da baliza do Benfica, nada a fazer!

O Conselho Jurisdicional da FPF haveria de mandar repetir o jogo, saldado por um empate, que significava uma esperança para o Benfica e um tormento para os portistas. Outro empate se verificaria, em partida emotiva, com os portistas a assistir, roendo as unhas, rezando para que ao menos o Benfica não ganhasse. Não ganhou e, assim, à entrada para a última jornada do Campeonato Nacional de 1958/59, partiram ambos igualados.

Na última jornada, jogava-se o Benfica-CUF e Torreense-Porto, precisavam os benfiquistas de marcar mais quatro golos que os que os portistas marcassem se ambos vencessem os seus jogos. Ao intervalo o F. C. Porto vencia por 1-0, o Benfica ganhava por 3-0. A dois minutos do final do jogo em Torres Vedras fez o F. C. Porto o segundo golo, para euforia dos seus adeptos, que já descriam porque, no outro lado, vencia o Benfica por 6-1! Marcaram os portistas e de rajada marcaram os benfiquistas: 7-1. E, a meio do minuto 90, Teixeira, com esse golo que haveria de ficar histórico, colocou o F. C. Porto a vencer por 3-0 e de novo em vantagem. Erguiam-se as bandeiras azuis e brancas nas bancadas, na Luz pairou um silêncio de dúvida e de desolação.

O jogo de Torres Vedras acabara... Houve invasão de campo, gente que tentava abraçar os seus heróis, camisolas rasgadas na euforia e eles, os jogadores, desesperadamente à espera de um sinal, com o sonho suspenso, fugindo, suplicando que os deixassem ouvir o que se ia passando na Luz naqueles minutos que se arrastavam e pareciam séculos. Nas bancadas, uma mole de gente que permanecia, quieta, de mãos enclavinhadas, olhos marejados de lágrimas, respiração opressa — na tortura da dúvida...... Em Lisboa ainda havia luta e havia sonho, por o jogo ter imoralmente começado oito minutos mais tarde que a hora prevista, com a complacência de... Inocêncio Calabote — que, depois de já ter assinalado três penalties a favor do Benfica, foi prolongando o tempo do jogo sem que nada o justificasse.
Doze minutos tiveram de esperar os portistas pelo desfecho. Os corações resistiam à espera e os jogadores, que se sentavam no chão nunca mais entreviam o final, as bandeiras esvoaçando ao vento, os gritos Porto! Porto! Porto! ressoavam como tambores de vitória ainda por anunciar... Enfim, a explosão de alegria. Teixeira, que marcara o golo que valeria o título, levantou-se e como uma estátua de um herói acabado de sê-lo, ergueu os olhos para o céu e murmurou: «Deus encarregou-se de dar o Campeonato à melhor equipa.»
Depois desta conquista a «ferros», os portistas teriam de esperar mais 19 anos para ganhar outro campeonato...

Estádio das Antas

Em 1949 seria lançada a primeira pedra do novo Estádio das Antas. Tal obra só seria possível com a ajuda dos portuenses, e ela chegou. Anónimos doavam comida para os trabalhadores, material de construção e muitos ofereciam-se para trabalhar e ajudar durante as horas vagas. Com o suor e ajuda de muitos anónimos e com um grande esforço por parte do clube, o estádio estaria pronto em cerca de três anos.



A 28 de Maio de 1952, seria inaugurado o novo estádio do Futebol Clube do Porto, o Estádio das Antas! Estiveram presentes cerca de 50 mil pessoas, muitas das quais ajudaram na sua construção e o momento foi indescritível com muitas lágrimas e emoções. Esta seria a casa do clube durante quase 50 anos, onde se iriam viver momentos históricos do clube e do futebol nacional
O pós 25 de Abril e Anos 80

Caíra a ditadura dois anos antes, no país conturbado sentia-se a mudança em vários sectores da sociedade entre os quais o futebol.

O F. C. Porto começa por conquistar a taça de Portugal no ano de 76/77 e no ano seguinte conquistaria o campeonato, após 19 anos de jejum. Seria a arrancada para uma nova era do futebol português.

Treinados por José Maria Pedroto, jogadores como Gomes, Seninho, Frasco, Oliveira, Costa e muitos outros conquistariam um novo «bi-campeonato» nos anos 77/78 e 78/79.

Já nos anos 80, o clube acabaria por impôr-se definitivamente quer a nível nacional vencendo 4 Campeonatos e 2 Taças de Portugal, quer a nível internacional chegando à final da Taças das Taças em 1984 (perdida 2-1 para a Juventus, de Platini) e vencendo a Taça dos Campeões Europeus em 1987 frente ao Bayern de Munique por 2-1 e depois conquistando a Supertaça Europeia e a Taça Inercontinental num ano de ouro para o clube.

Neste percurso foi determinante a presença do novo presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa e do «seu» treinador José Maria Pedroto: os dois homens que acabaram com a hegemonia dos clubes de Lisboa no futebol português.

Nas outras modalidades houve também um grande crescimento e muitas vitórias. No Atletismo, Hóquei, Ciclismo, etc..

Os Anos 90

Os anos 90 foram de confirmação do F. C. Porto como a melhor equipa portuguesa. A prová-lo está o facto de ter ganho 7 (sete!) Campeonatos, 4 Taças de Portugal e 6 Supertaças em apenas 10 anos. Para completar, consegui ainda o Penta, feito inédito no futebol português.

Apesar de não conquistar qualquer título internacional, foram conseguidas boas campanhas europeias e vitórias históricas sobre colossos europeus como AC Milão entre outros. A experiência adquirida iria tornar-se fundamental para os anos que se seguiram, desta vez com vitórias...

Novo século, mais vitórias

Em 2001, 49 anos depois da inauguração do Estádio das Antas, começava a construção do Estádio do Dragão, que seria o palco da abertura do Euro 2004.
Em Novembro de 2003, era inaugurado o Estádio do Dragão. Fazia-se a despedida ás Antas e olhava-se para o futuro no novo estádio. À inauguração compareceu o Barcelona, jogo esse que havia de ser ganho pelos portistas por 2-0.

Ainda em 2003, com José Mourinho, depois de conquistar o campeonato que lhe fugia há 3 anos, o F. C. Porto conquista a primeira Taça UEFA do clube e do futebol português perante o Celtic de Galsgow na cidade de Sevilha. 3-2 foi o resultado final, tendo Derlei sido o homem do jogo apontando dois jogos entre os quais o decisivo já no prolongamento.


No ano seguinte as expectativas eram altas e não foram defraudadas... o Porto vencia o campeonato à vontade e acabaria por ganhar a sua segunda Taça dos Campeões Europeus (Champions League) perante o AS Monaco por 3-0 na Alemanha.

Na época seguinte, em 2004, José Mourinho viajou para Inglaterra e o F. C. Porto continuou tentando revalidar o título de Campeão Nacional, tendo acabado na 2ª posição ficando tudo decidido na última jornada. Apesar do campeonato perdido, ainda conquistou a sua segunda Taça Intercontinental frente ao Once Caldas da Colômbia e a Supertaça frente ao rival Benfica.

Com a entrada de Co Adriaanse, em 2005/06, o FC Porto viria a conquistar o campeonato e a Taça de Portugal. A passagem do holandês durou uma temporada e foi tudo menos pacífica, até na despedida. Já durante o estágio de preparação da nova temporada, Co Adriaanse demitiu-se, aparentemente em ruptura com a SAD e jogadores, ficando à frente da equipa provisoriamente Rui Barros e João Pinto, dois históricos do clube, que conquistaram mais uma Supertaça frente ao Setúbal, dando depois o comando técnico da equipa a Jesualdo Ferreira, proveniente do Boavista.